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Qual é a melhor ferramenta de planejamento e controle de obras: Linha de balanço ou MS Project? Encontre a resposta para esta dúvida neste artigo!

Por Larissa Regianini SchmitzAnalista de Implantação na Prevision

Linha de balanço ou MS Project são as ferramentas de planejamento e controle de obras mais conhecidas na construção civil, mas também são as que mais causam dúvidas na hora de começar a utilizar. Ambas costumam ser comparadas como se oferecessem os mesmos recursos e benefícios. No entanto, são diferentes em diversos aspectos.

Conhecer essas diferenças e como cada uma delas impacta nos processos da obra é o primeiro passo para quem está em dúvida entre a Linha de Balanço ou MS Project. Continue lendo este artigo e entenda melhor sobre cada uma dessas soluções.

Entenda os níveis de planejamento de obras 

O planejamento é um processo que acompanha a obra do início ao fim. Para que seja definido o que vai ser feito e em qual momento, esse processo é dividido em alguns tipos: planejamento de curto, médio e longo prazo. Entenda melhor sobre cada um deles a seguir.

Planejamento de curto prazo

O planejamento de curto prazo é baseado no conceito de “produção protegida”, que é definida como a transformação do que deveria ser feito para o que pode ser feito. Essa transformação parte da ideia de que nenhuma atividade pode ser iniciada sem que todos os recursos necessários estejam disponíveis.

Planejamento de médio prazo

Menos imediatista do que o anterior, o planejamento de médio prazo tem um detalhamento de gestão um pouco maior, por isso sua janela costuma ser de 90 dias. Por meio dele, é possível identificar e eliminar as restrições de produção. 

Ou seja, toda e qualquer atividade física-gerencial ou de recursos que impedem que uma atividade seja feita. Para que as restrições sejam eliminadas, é preciso definir prazos e responsáveis por cada uma delas.

Planejamento de longo prazo

O nível de detalhamento no planejamento de longo prazo é o menor de todos. Por causa da janela de tempo em que ele é executado, o número de incertezas acaba sendo maior. Assim, não é possível garantir que o que foi definido detalhadamente será cumprido. 

Esse tipo de planejamento oferece alto risco, grande incerteza, pouco detalhamento e leva mais tempo para ser executado. Seu foco principal é estabelecer objetivos para o empreendimento e estratégias de alto nível para alcançá-los. Por isso, é fundamental contar com a participação dos representantes de outras áreas em seu desenvolvimento.

Planejamento e incertezas: como se preparar para lidar com imprevistos

Imprevistos podem acontecer a qualquer momento na obra. Nem sempre será possível prever que vão surgir, até mesmo em planejamentos de curto prazo. O que pode ser feito é aprender a lidar com eles e ter um plano de ação para qualquer imprevisto que possa acontecer

O uso de algumas ferramentas ajudam nessa preparação, pois proporcionam maior previsibilidade da obra. Isso quer dizer que ao identificar o atraso na finalização de um serviço, por exemplo, é possível prever que lá na frente a obra será impactada.

Dessa forma, o gestor consegue começar a pensar em uma solução para minimizar os impactos do atraso ou reajustar os prazos, passando outras atividades na frente , direcionando uma força de trabalho maior para as próximas etapas, entre outras estratégias.

A principal vantagem de usar a tecnologia no planejamento é conquistar uma tomada de decisões mais rápida e estratégica. Assim, nem sempre será possível evitar um imprevisto, mas sim conseguir lidar com ele da forma mais inteligente.

Conheça as principais técnicas de planejamento 

A escolha da ferramenta certa vai fazer toda a diferença no contexto que acabamos de mostrar, mas para isso, é preciso conhecer as técnicas de planejamento disponíveis no mercado e como cada uma delas interfere no trabalho da obra.

PERT (Program Evaluation and Review Technique) 

É uma técnica de planejamento criada na década de 1950 pela NASA para controlar e executar tarefas pela primeira vez. Ela auxilia o planejamento de projetos específicos reduzindo os atrasos e pode ser usada em diferentes tipos de projetos, como desenvolvimento mecânico, manutenção e construção civil.

Por meio do PERT, a empresa faz uma análise preditiva do projeto para identificar suas incertezas. Assim, pode-se optar por utilizá-lo apenas em situações de maior risco, quando falta uma estimativa definida para uma atividade ou quando a variação entre o pior e melhor cenário é significativa.

CPM (Critical Path Method)

O CPM foi criado pela Dupont com o objetivo de conduzir paradas preventivas nas linhas de produção dentro do menor prazo possível. Por meio dessa técnica, a empresa consegue identificar o que precisa ter mais foco e reduzir as pausas nos projetos por falhas no planejamento ou na execução.

Nessa técnica, um cronograma de início e término de tarefas é definido para viabilizar uma melhor programação da equipe, ajustando as atividades conforme necessário.

Gantt

O gráfico de Gantt é uma ferramenta de cronograma criada para atender diferentes tipos de projetos. A visualização do cronograma é em barras e mostra a relação de dependências entre as atividades e o status de cada uma delas. As tarefas que precisam ser executadas são listadas em eixo vertical e os intervalos em eixo horizontal, além disso, a duração de cada atividade é apresentada em barras.

A ferramenta não é tão eficiente no controle de obras por alguns motivos. Um deles é que a visualização se torna mais difícil conforme aumenta o nível de detalhamento, com essa falta de clareza, a produtividade e as entregas podem ser prejudicadas.

Linha de Balanço

A Linha de Balanço é uma técnica criada na década de 1940, com o princípio de organizar e planejar os locais da obra no tempo. A ideia é que esse método ajudasse, principalmente, obras com padrões de repetição de serviços. Para isso, a técnica considera diversas características da filosofia Lean Construction.

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Adotando a Linha de Balanço no projeto, as tarefas do cronograma vão seguir fluxos de produção definidos, com objetivo de eliminar o tempo ocioso entre as atividades. Dessa forma, é possível garantir a sincronicidade e redução da variabilidade de material e mão de obra.

Essa é uma alternativa mais estratégica e fácil de visualizar do que os outros exemplos, pois pode ser aplicada a todos os tipos de projetos, dos mais simples aos mais complexos. Ou seja, a construtora não precisa se preocupar em ter mais de uma ferramenta para trabalhar nos diferentes tipos de projetos.

Benefícios da Linha de Balanço para a construtora

Melhora a comunicação

Ao adotar uma ferramenta que permite a aplicação da Linha de Balanço, a construtora tem ganhos em sua comunicação. Todos conseguem entender o cronograma facilmente, assim sabem exatamente o que precisa ser feito em cada etapa. Isso evita gargalos na comunicação, tornando a execução dos processos mais simples e efetiva.

Controle sobre o projeto

A empresa ganha mais autonomia ao saber exatamente em qual ponto estão os serviços na obra. Além de ter ganhos no controle do andamento do projeto. Dessa forma, é possível implementar soluções para aumentar a produtividade quando for necessário ou otimizar as equipes para evitar ociosidade ou pausas na produção.

Previsibilidade

Outro valor gerado por essa técnica é a previsibilidade. Como as atividades são dependentes, qualquer alteração em um serviço afeta as próximas tarefas. Assim, se uma atividade atrasar, as próximas relacionadas a ela também serão impactadas. A Linha de Balanço permite essa visualização antecipada, ajudando os gestores a tomarem decisões de forma mais rápida e estratégica.

A construtora Joal Teitelbaum é um exemplo desses ganhos. A empresa adotou a Linha de Balanço durante a pandemia e conseguiu reduzir o prazo de entrega de seus projetos em seis meses e meio, mesmo com a paralisação das obras. Conheça essa história.
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