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O Ciclo PDCA é uma excelente ferramenta de gestão que busca trazer maior clareza e produtividade para qualquer projeto em que for aplicado. É uma ferramenta que pode ser utilizada por todas empresas que buscam a melhoria contínua em seus processos. E é impossível falar em melhoria contínua sem mencionar o Kaizen e a Lean Construction.

O Kaizen, originário do Japão, é um método muito utilizado na Lean Construction. O termo significa “mudança para melhor”, e tem como base a ideia de que pequenas melhorias contínuas, realizadas de forma consistente ao longo do tempo, podem gerar grandes impactos positivos em um processo ou em um empreendimento.

Essa abordagem tornou-se uma parte central da cultura empresarial japonesa e tem sido adotada com sucesso em diversas indústrias ao redor do mundo.

A melhoria contínua, seja pelo Kaizen ou pela abordagem toda de Lean Construction, é essencial para aprimorar os processos construtivos e superar os desafios que a indústria enfrenta diariamente. Portanto, existem várias ferramentas e metodologias disponíveis, e uma delas é o ciclo PDCA, que veremos neste artigo.

O que é o Ciclo PDCA?

O Ciclo PDCA, também chamado de Ciclo de Deming ou Ciclo de Shewhart, é a sigla para uma metodologia de gestão utilizada para promover a melhoria contínua de processos e alcançar resultados cada vez melhores. O termo “PDCA” é um acrônimo das quatro etapas que compõem esse ciclo: Planejar (Plan), Executar (Do), Verificar (Check) e Agir (Act).

A origem do Ciclo PDCA remonta à década de 1920, quando o estatístico e engenheiro Walter A. Shewhart o desenvolveu enquanto trabalhava na Western Electric Company, uma divisão da empresa de telecomunicações AT&T.

Shewhart buscava meios de aperfeiçoar a qualidade dos produtos industriais e, para isso, criou um método cíclico que permitisse a identificação de problemas, a implementação de soluções e a avaliação dos resultados obtidos. Nessa época, o ciclo ficou conhecido como “Ciclo de Shewhart”, devido à sua autoria.

Posteriormente, a ideia foi aprimorada e difundida por William Edwards Deming, outro renomado estatístico e consultor de gestão. Durante a década de 1950, Deming apresentou o Ciclo PDCA às empresas japonesas, onde passou a ser chamado também de “Ciclo de Deming”.

A partir de então, a metodologia do Ciclo PDCA ganhou reconhecimento mundial e foi adotada em diversas áreas, incluindo a construção civil, como uma ferramenta essencial para aprimorar processos, eliminar desperdícios e atingir a excelência operacional.

Sua aplicação permite a identificação ágil de problemas, a implementação de soluções de forma controlada e a repetição do ciclo para a obtenção contínua de melhorias.

Etapas do Ciclo PDCA

O Ciclo PDCA é formado por quatro etapas que compõem a sigla em inglês: Plan (planejar), Do (executar), Check (verificar) e Act (agir). Para colocar a estratégia em prática, é preciso que o projeto seja feito respeitando cada uma dessas fases, que possuem igual importância para que o resultado final seja de fato eficiente.

Fluxograma das etapas do Ciclo PDCA

1. Plan – Planejamento

Nesta primeira etapa, é preciso colocar no papel todos os processos que serão necessários até a conclusão do projeto. Cada um desses processos deve ser explicado detalhadamente a fim de encontrar boas oportunidades e gargalos que possam ser corrigidos de antemão.

Quanto mais rico em informações e detalhes for o planejamento, melhor será a clareza das informações para que as próximas fases saiam corretamente. O PDCA é uma ferramenta cuja ordem das tarefas importa muito, e por isso cada uma das etapas deve ser feita pensando na próxima.

2. Do – Execução

A segunda fase é quando o planejamento é posto em prática. Depois de todas as etapas serem descritas detalhadamente, com problemas e soluções mapeados, é hora do projeto entrar em execução seguindo à risca o que foi previamente planejado.

3. Check – Verificação

Para evitar erros e refações que podem acabar custando tempo e dinheiro da empresa, é importante que essa etapa seja cumprida juntamente com a execução. Isso porque durante o desenvolvimento do projeto já é possível identificar possíveis erros que podem gerar grandes problemas no futuro e, assim, corrigi-los em tempo.

4. Act – Ação

A última etapa do ciclo PDCA é como se fosse o arremate de todas as fases anteriores. Depois de planejar, colocar em prática, fazer uma revisão para encontrar possíveis problemas, é hora de aplicar tudo que foi identificado que pode melhorar. Portanto, aqui são observados e avaliados todos os pontos das etapas passadas a fim de otimizar o projeto como um todo.

Aplicando o PDCA na Construção Civil

Na realidade da obra, o PDCA pode ser aplicado de forma prática para otimizar processos, identificar problemas e tomar decisões embasadas em dados. Vamos explorar dois exemplos de como o PDCA pode ser utilizado na construção:

Exemplo 1: PDCA no Planejamento de Obras

  1. Plan – Planejamento de Longo Prazo: Aqui a equipe de gestão, em conjunto com os profissionais especializados, define as metas do projeto, o escopo detalhado, os prazos e os recursos necessários para a execução da obra. É nesta etapa que entra a elaboração da EAP e do cronograma da obra
  2. Do – Execução da Obra no Canteiro: Com o planejamento estabelecido, a equipe inicia a execução da obra no canteiro. Os trabalhos são realizados de acordo com o cronograma previsto, seguindo as especificações técnicas e as diretrizes estabelecidas na fase de planejamento.
  3. Check – Medições Físicas: Durante a execução da obra, são realizadas medições físicas periódicas para avaliar o progresso em relação ao planejamento. O avanço das atividades e o consumo de recursos são verificados para garantir a conformidade com os objetivos do projeto.
  4. Act – Identificação de Possíveis Atrasos e Replanejamento: Caso sejam identificados atrasos ou desvios em relação ao planejado, a equipe age de forma proativa para identificar as causas e realizar o replanejamento necessário. Ações corretivas são implementadas para recuperar o tempo perdido e ajustar o cronograma, assegurando o alinhamento com as metas definidas.

Exemplo de aplicação do ciclo PDCA no Planejamento de Obras

Exemplo 2: PDCA na Gestão de Restrições

  1. Plan – Elencar Restrições no Planejamento de Médio Prazo: Começa com a equipe identificando potenciais obstáculos, como disponibilidade de recursos, fornecimento de materiais ou licenças regulatórias.
  2. Do – Rodar o Ciclo, Executando a Gestão de Restrições: Com as restrições identificadas, a equipe realiza a gestão de forma ativa e contínua, normalmente dentro de um prazo de três meses. São adotadas ações para mitigar os efeitos das restrições, como realocação de recursos, otimização do fluxo de trabalho ou negociação com fornecedores.
  3. Check – Identificar Possíveis Atrasos e Mapear Motivos: Periodicamente, são feitas verificações para identificar a ocorrência de atrasos ou desvios em relação ao planejado. A equipe mapeia as possíveis causas e avalia se estão relacionadas às restrições previamente elencadas.
  4. Act – Retroalimentar Restrições: Com base nas informações coletadas, a equipe realiza uma retroalimentação das estratégias de gestão de restrições. Ações corretivas e ajustes são implementados para aprimorar o controle sobre as restrições e garantir a continuidade do projeto dentro dos parâmetros estabelecidos.

Benefícios do PDCA na Construção Civil

São muitos os benefícios que o PDCA pode trazer para a realização de projetos na construção civil. Como por exemplo:

  • Identificação de Desperdícios e Oportunidades de Melhoria: O PDCA permite que a equipe de construção identifique desperdícios de recursos, tempo e materiais ao longo do processo de execução da obra. Com a análise sistemática, é possível encontrar oportunidades para otimizar o uso de recursos, reduzir custos e melhorar a eficiência da construção.
  • Planejamento e Definição de Metas: O Ciclo PDCA proporciona um planejamento estruturado e detalhado para a obra. Ao estabelecer metas claras e objetivas para cada fase do projeto, a equipe tem um direcionamento mais preciso, o que ajuda a manter a obra dentro do cronograma e alinhada com os objetivos do empreendimento.
  • Implementação das Ações e Mudanças: Com base no planejamento, a equipe pode implementar ações e mudanças de forma controlada e organizada. A aplicação do PDCA permite que as intervenções sejam realizadas com base em dados, garantindo uma abordagem sistemática para corrigir problemas e introduzir melhorias.
  • Coleta e Análise de Dados: O PDCA envolve a coleta e análise contínua de dados relevantes para a obra. Através dessa coleta, é possível monitorar o desempenho, identificar tendências, e avaliar se as ações tomadas estão gerando os resultados desejados.
  • Tomada de Decisões Baseada em Dados: Com a análise dos dados coletados, a equipe pode tomar decisões embasadas em informações concretas, minimizando decisões baseadas em suposições ou intuições. Isso leva a decisões mais acertadas e consistentes ao longo do projeto.
  • Banco de Lições Aprendidas e Padronização das Melhores Práticas: O Ciclo PDCA permite que a equipe registre as lições aprendidas ao longo do projeto e padronize as melhores práticas identificadas. Essa documentação é valiosa para aprimorar futuros empreendimentos, facilitando a replicação de soluções eficazes e evitando a repetição de erros.

Conclusão

Ao longo deste conteúdo, exploramos os benefícios do Ciclo PDCA na construção civil, apresentando exemplos práticos de sua aplicação no planejamento e gerenciamento de obras e na gestão de restrições. O PDCA se revela uma poderosa ferramenta para promover a melhoria contínua dos processos, a redução de desperdícios e a tomada de decisões embasadas em dados.

Para garantir uma implementação bem-sucedida do Ciclo PDCA, algumas dicas são essenciais. Primeiramente, o comprometimento das lideranças é fundamental para engajar toda a equipe e assegurar que a metodologia seja incorporada de maneira efetiva na cultura organizacional. Além disso, a capacitação e o treinamento das equipes são essenciais para que todos compreendam a metodologia e estejam aptos a contribuir com as análises e ações necessárias.

Outra prática relevante é o uso da tecnologia como suporte em todas as etapas do PDCA. Ferramentas digitais, como os softwares de gestão de obras, permitem a coleta e análise de dados de forma ágil e precisa, facilitando a identificação de padrões e o acompanhamento do desempenho da obra em tempo real.

Para uma gestão eficiente e resultados consistentes, adotar o Ciclo PDCA como uma prática contínua na construção civil é crucial. Se você tem interesse em conhecer outras ferramentas Lean para contribuir com a melhoria contínua dos projetos de construção, baixe agora mesmo o nosso material rico “Kit de Ferramentas Lean”.

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