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Gerenciar um projeto de construção civil significa dividir sua atenção em diferentes frentes que, combinadas, podem significar o nível de sucesso de uma obra. Esse acompanhamento fica mais fácil com o auxílio de um modelo de gerenciamento conhecido como estrutura analítica do projeto de construção civil.

A sigla EAP (Estrutura Analítica do Projeto) corresponde a um planejamento com os entregáveis que compõem um projeto. A EAP é uma lista de atividades de uma obra divididas em etapas. O projeto vai avançando conforme o trabalho reservado para aquela parte da construção é finalizado.

Estrutura Analítica de Projetos na construção civil

Um projeto típico de construção civil sempre exige um monitoramento próximo dos entregáveis, etapas e equipes alocadas para o trabalho – sem perder o foco, é claro, o cumprimento do orçamento.

Nesse contexto, a entrega é feita por etapas que, completadas, representam a finalização daquele objetivo ou parte do projeto. É justamente esse acompanhamento que a EAP se propõe a fazer, pois ela nada mais é do que um mapeamento listando, de forma lógica e organizada, todas as atividades necessárias em uma obra.

A vantagem de implementar uma estrutura analítica do projeto na construção civil é ter uma apresentação visual e sequencial de cada etapa. Essa organização ajuda a contemplar os pontos indispensáveis que não podem deixar de ser incluídos na execução, e pode determinar o sucesso final do projeto.

Para saber tirar o máximo da EAP, é fundamental entender os pontos que compõem esse tipo de planejamento. A seguir, teremos também uma amostra de como a EAP pode ser organizada de acordo com esses elementos mostrados abaixo.

Níveis

São divisões de etapas e entregáveis. Os níveis são organizados de forma hierárquica e sempre se conectam um com o outro.

O nível 0 corresponde ao resultado final: aquilo que se espera alcançar a partir do EAP. Adaptando esse exemplo para a construção civil, usaremos um projeto focado em Construção de edifício vertical como nível 0.

Exemplo de EAP: edifício vertical

Exemplo de EAP: edifício vertical

Considere a imagem acima: os níveis 1 e 2 estão diretamente relacionados ao resultado final – que é ter o prédio construído e pronto para receber moradores.

Entendemos que as etapas do nível 1 (projeto de arquitetura, serviços preliminares, fundação, apartamentos, paisagismo e limpeza) são as que compõem o projeto de construção do prédio. Ignorar qualquer uma dessas etapas coloca em risco a construção do edifício.

No nível 2, teríamos o desdobramento correspondente a cada uma dessas etapas. Para saber quais entregáveis correspondem ao nível 2, é importante lembrar que devem ser os componentes que, somados, resultam em ter aquele nível entregue.

Pacotes de trabalho

Considera-se pacote de trabalho todas as atividades que precisam ser controladas e medidas dentro do cronograma de obras. Ou seja, os pacotes de trabalho correspondem ao que descrevemos como nível 2: ou seja, é a organização do que deve ser feito para que o nível 1 seja completo.

É possível, ainda, detalhar os pacotes de trabalho em serviços, que seriam as suas sub etapas. Por exemplo: o pacote alvenaria pode ser dividido em marcação, elevação e encunhamento.

Dependências

O mapeamento de dependências ajuda a identificar gargalos que podem prejudicar o andamento do projeto caso não sejam solucionadas a tempo.

As dependências podem ser diferentes considerando o tipo de construção, as atividades realizadas e as equipes envolvidas.

A identificação das dependências acontece justamente pela listagem dos itens mencionados anteriormente: ao entender qual o entregável final (nível 0), é possível mapear o que compõe aquele entregável (nível 1). Já a identificação dos pacotes de trabalho (nível 2) permite entender quais as dependências para que esses pacotes sejam entregues.

O tópico de interdependência entre etapas da construção é importante porque a consequência dessa falta de clareza pode ser considerável, chegando a travar as próximas entregas previstas da obra.

Existe diferença entre cronograma e EAP?

Considerando que a elaboração de uma EAP consiste em etapas e entregáveis, esse processo pode remeter a um cronograma de obras. Mas, na verdade, são ferramentas diferentes que se complementam.

A proposta da EAP é mostrar o que será entregue (nível 0), como será entregue (níveis subsequentes e pacotes de entrega) e, ao final, a conclusão dessas diferentes etapas indicam o fim da obra.

Finalizada a etapa da EAP, as datas podem ser inseridas. A partir disso, o cronograma já está criado, já que esse recurso mostra quando cada etapa será finalizada, seu tempo de execução, o momento em que diferentes stakeholders e pessoas envolvidas começam a atuar nessas etapas e, eventualmente, a conclusão final do projeto.

Modelos de EAP do projeto de construção civil

Assim como em qualquer projeto com algum grau de complexidade e colaboração, existem adaptações que podem ser feitas em modelos de EAP.

Essas diferentes nuances e focos servem para permitir que o objetivo final da estratégia de EAP seja alcançado: garantir que o entregável final daquela etapa do projeto seja concluído.

Veja agora alguns dos modelos de EAP que mais podem impactar o resultado da obra:

  • EAP física: este modelo prioriza o ciclo de etapas que, cumpridos em sequência a partir das datas do cronograma, significam a entrega final. A vantagem dessa EAP é trazer a visão clara das fases que serão cumpridas e a linha do tempo que será seguida. Baixe nosso modelo gratuito: 

  • EAP de orçamento: segue o mesmo raciocínio da EAP física, mas traz  informações dos custos e orçamento. A EAP de orçamento é estratégica porque oferece uma visão clara dos componentes que geram gasto, impactam o valor da obra. Ao final, é possível ter mais clareza das etapas que mais geraram custos.

O gerenciamento de um projeto de construção civil fica otimizado e mais eficiente quando se tem clareza do cronograma a ser seguido, as tarefas que impactam cada etapa de evolução da obra, e como o orçamento do projeto está sendo usado.

A Prevision já tem a possibilidade de conexão com ferramentas de ERP: com isso, você tem a possibilidade de integrar a EAP física e EAP de orçamento dentro de uma mesma ferramenta, facilitando a análise físico-financeira do projeto.

Elaboração de uma EAP

Agora que a teoria sobre a estrutura analítica do projeto para construção civil está explicada, eis o que você precisa saber para criar uma EAP que cumpra o seu objetivo.

  • Informe-se sobre o objetivo final daquele projeto. Reúna todas as informações relevantes para saber como desmembrar os entregáveis do projeto em etapas hierarquicamente organizadas e co-dependentes.
  • Crie um dicionário EAP. Este documento tem o objetivo de indicar detalhes sobre os pacotes de trabalho. No dicionário, podem estar contemplados critérios de descrição e aceitação de cada etapa e entregável e quem consultar em caso de dúvidas, por exemplo.
  • Construa os pacotes de entrega a partir de substantivos, não verbos. É importante lembrar que o EAP não é uma ferramenta para ensinar o que deve ser feito, mas qual o entregável. Por isso, não foque no método, mas no objetivo final.
  • Regra dos 100%. A ideia é que a realização de 100% dos pacotes de entrega e subníveis leve à entrega concluída do nível 1 e, consequentemente, do nível 0. Não adicione tarefas pequenas que integram um pacote de trabalho, por exemplo.

Conclusão

Saber gerenciar cada estágio de entrega sem perder de vista o aproveitamento de recursos financeiros e materiais permite que os princípios da Lean Construction sejam devidamente aplicados. O resultado é um projeto eficiente e proveitoso.

Para chegar a esse estágio de otimização, a EAP é uma aliada indispensável para quem tem a responsabilidade de gerenciar uma obra de construção civil. A sua grande vantagem é permitir uma visão sistêmica do produto entregável, mas sem perder de foco a divisão do trabalho a ser cumprido, quais etapas são indispensáveis, e quanto do orçamento do projeto é dedicado para cada fase.

O trabalho de gerenciamento de uma obra ganha agilidade e segurança quando existe clareza do objetivo final a ser entregue, as etapas que incorporam esse resultado final e um claro caminho a ser percorrido: esses são efeitos esperados da execução adequada da estrutura analítica do projeto na construção civil.

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