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Por Ralph MonteloDiretor de Produtos - Contrupoint

As chamadas “ilhas digitais” são fruto da implementação isolada de ferramentas digitais, o que impede a integração e a visão sistêmica dos dados

A digitalização na construção civil é uma jornada desafiadora, mas necessária. Assim que rompida a barreira das primeiras etapas da digitalização, a falta da integração de dados é o primeiro passo crítico.

A indústria da construção civil, um setor tradicionalmente dependente de mão de obra manual e processos de campo, tem sido lenta para abraçar a revolução digital. Ao observar os últimos 10 a 15 anos, fica evidente que a digitalização tem sido um desafio para os líderes do setor. Muitas vezes, essa dificuldade é exacerbada pela resistência inerente à mudança, que caracteriza esse mercado.

No entanto, a maré está mudando e, ao mesmo tempo, infelizmente um problema significativo tem despontado na paisagem da construção civil: a falta de integração dos dados e o surgimento das chamadas ilhas digitais. Longe de ser uma tendência positiva, as ilhas digitais são um obstáculo que precisa ser superado para que a digitalização seja efetivamente implementada e traga benefícios reais para o setor.

Ilhas digitais na construção civil: um obstáculo a superar

Ilhas digitais, ou ‘ilhotas digitais’, são um fenômeno indesejado que ocorre quando ferramentas digitais são implementadas de maneira isolada em diferentes departamentos dentro de uma empresa de construção. Este fenômeno começou a surgir quando a implementação de software iniciou-se nos setores administrativos e se estendeu gradualmente para a gestão de projetos e manutenção de qualidade.

Esta abordagem fragmentada para a digitalização resultou na criação de ecossistemas digitais isolados dentro da mesma organização, cada um detendo uma riqueza de dados. No entanto, em vez de facilitar a eficiência e a comunicação, essas ilhas digitais criaram barreiras, pois cada sistema opera de maneira independente e não se comunica efetivamente com os outros.

A chegada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) agravou ainda mais a situação. Com cada ilha digital acumulando seus próprios dados, a necessidade de conversão das informações tornou-se mais premente do que nunca. A indústria da construção está atualmente lidando com sua própria versão da Torre de Babel, com sistemas de dados díspares falando diferentes ‘idiomas’ e impedindo a comunicação eficaz.

Portanto, é crucial que as empresas de construção civil reconheçam as ilhas digitais como um obstáculo a ser superado e não como um resultado inevitável da digitalização. A solução para este problema reside na integração de dados e na escolha de ferramentas que se conectem em um ecossistema unificado.

A importância da integração de dados

Reconhecendo o potencial prejuízo desta situação, as empresas de construção estão agora investindo em Interfaces de Programação de Aplicações (APIs) e soluções de backup para facilitar a integração de dados. O objetivo é criar um ambiente digital unificado onde os dados de vários departamentos possam ser acessados, analisados e utilizados de forma eficaz.

Empresas como a Construmarket estão liderando o caminho neste sentido, enfatizando a importância de escolher uma ferramenta que se integre perfeitamente ao ecossistema da empresa. Por meio da plataforma Construpoint, que também se conecta com a Prevision, é possível integrar times de planejamento, qualidade e engenharia das obras em um só lugar.

No entanto, é crucial entender que a digitalização é apenas uma camada do processo de tomada de decisão. Escolher ferramentas e softwares independentes pode parecer uma solução atraente a curto prazo, mas pode levar a custos adicionais de migração no futuro.

A solução: unificação e organização de dados

A chave para evitar a formação de ilhas digitais reside em buscar soluções que unifiquem a extração e organização de dados. O software de gestão integrado pode otimizar a administração da empresa ao automatizar processos internos e garantir rotinas operacionais de alta qualidade.

Quando os sistemas de gestão estão integrados, todos os departamentos podem interagir de forma perfeita, desencadeando processos automatizados que economizam tempo e dinheiro. O engajamento de todas as partes envolvidas é crucial para que o processo funcione de forma satisfatória. Sendo assim, os benefícios da integração de sistemas, como melhoria no controle, redução de custos e otimização de processos, superam em muito os custos iniciais.

A jornada da construção civil em direção à digitalização

A jornada da indústria da construção civil em direção à digitalização abrangente pode estar repleta de desafios, mas os benefícios potenciais tornam isso um empreendimento que vale a pena. Ao priorizar a integração de dados, as empresas de construção civil podem navegar pelo arquipélago digital e aproveitar o poder da sua base de informação para impulsionar a tomada de decisões e o sucesso futuro.

A digitalização na construção civil não é apenas uma tendência, mas uma necessidade. A transformação digital está remodelando a forma como as empresas de construção operam, tornando-as mais eficientes, produtivas e competitivas. No entanto, para aproveitar ao máximo os benefícios da digitalização, é essencial que as empresas adotem uma abordagem estratégica para a implementação de tecnologia.

Em conclusão, a digitalização na construção civil é uma camada de decisão que deve ser cuidadosamente considerada. A escolha de ferramentas e software standalone pode representar um custo de migração adicional no futuro. Portanto, é crucial buscar soluções que forneçam e priorizem a integração de dados para evitar as ilhotas digitais.