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O planejamento de obras é o primeiro passo para a definição e organização do projeto. Nele, são definidas etapas e fases da obra, é a combinação de diversas atividades fundamentais, como orçamento, cronograma e o posterior controle das obras. Assim, podemos definir o planejamento de obra como um guia.

A partir de suas informações, é possível fazer estimativas, obter previsões e identificar impactos, além de ter uma visão geral do projeto. Para que todos esses benefícios sejam obtidos, no entanto, a construção do planejamento deve ser feita de forma estratégica por meio de alguns elementos específicos.

Neste artigo, vamos mostrar quais são, confira!

 

Os impactos da falta de estratégia no planejamento de obras

A construção civil é um dos setores menos produtivos e digitalizados da indústria. A falta de produtividade e as atividades manuais tornam todo o processo muito custoso. Esses custos envolvem diferentes aspectos, desde a compra de materiais que não são usados e geram desperdício, até a contratação de uma mão de obra que está sendo impedida de trabalhar por algum motivo, como a falta de material, por exemplo.

Essas falhas, que parecem pequenas, mas acontecem de forma rotineira e prejudicam muito o orçamento, poderiam ser evitadas com um bom planejamento de obras.

Para realizar um bom planejamento estratégico, o primeiro passo deve ser compreender quais são os resultados esperados pela empresa. Compreender o que a empresa está projetando como objetivos para seus empreendimentos permite que as equipes possam esboçar e detalhar o ritmo que a obra deve ter, os prazos de entrega de cada etapa, os possíveis pontos críticos e mapear as soluções que vão permitir o cumprimento do plano. Alguns exemplos de pontos que podem ser mapeados neste sentido são novos métodos construtivos que agilizem processos, quantidade de pessoas necessária para o avanço, quais equipamentos serão utilizados etc.

Além disso, outro aspecto muito importante da realização de um bom planejamento de obras é a previsibilidade. No detalhamento do planejamento, é possível prever possíveis gargalos e preparar o gestor e sua equipe para lidar com eles, além de contar com esse tempo gerando um prazo um pouco maior para a entrega de cada etapa onde houver essa possibilidade.

É muito importante compreender que somente se basear em um bom planejamento inicial, mesmo que ele esteja realmente muito bem feito, não soluciona toda a obra.  Revisões periódicas deste plano inicial — em frequência a ser definida pela sua empresa — devem ser visando identificar os gargalos, pontos críticos e correções que devem ser feitas naquele desenho inicial para executar a obra da forma mais adequada possível ao cronograma.

A construção de um planejamento de obra estratégico depende de elementos que são a base para o alinhamento das necessidades e expectativas do projeto, combinadas com a efetividade de cada ação. A seguir, você vai conferir quais são os elementos base para a criação de um planejamento de obras estratégico.

5 elementos que você deve considerar em seu planejamento de obra

Levantamento das atividades que serão realizadas

Para saber o tempo e os materiais que serão necessários em cada fase, primeiro é preciso levantar quais atividades serão realizadas naquele projeto. Essa identificação costuma ser feita por meio de uma EAP (Estrutura Analítica do Projeto) de Planejamento, que nada mais é do que uma lista de todas as atividades e subatividades que serão realizadas na obra.

Identificar essa estrutura permite que todo o projeto seja desmembrado em partes menores, e isso ajuda a organizar o que precisa ser feito e quando. Como a listagem é detalhada e pode englobar até mesmo a fase micro do projeto, a EAP permite aos gestores de obra identificar em tempo real o que está evoluindo bem, o que está faltando e como é possível corrigir. 

Lembrando que o nível de detalhamento da EAP do projeto deve ser compatível com a estrutura que a empresa tem disponível para fazer o acompanhamento da mesma. A EAP de planejamento deve permitir aos gestores entender o progresso do empreendimento, tirar o  olho no que é mais importante em cada etapa.

Muitas vezes, uma EAP muito detalhada acaba demandando muito energia e dedicação da equipe para fazer um bom acompanhamento e controle, e acaba não fazendo sentido.

 

Definição de tempo médio de cada atividade

O sucesso de um planejamento de obra depende da elaboração correta das atividades e do tempo necessário em cada fase. A definição do tempo médio de cada atividade pode causar muitas falhas de planejamento, pois nem sempre o profissional tem conhecimento sobre essas informações. E não só isso, imprevistos podem impactar essa definição.

O ideal é que o planejamento seja desenvolvido com outros agentes importantes do projeto, como o engenheiro responsável, os empreiteiros e mestres de obras. Esses profissionais estão diariamente em campo e tem uma visão mais prática e real das necessidades e desafios do canteiro. Ter uma comunicação alinhada entre toda a equipe envolvida possibilita que esses cálculos de prazos sejam mais precisos, além de fazer com que todos assumam um compromisso com as metas estabelecidas.

Mesmo que esse trabalho seja feito da melhor forma possível dentro do cenário da sua empresa, é importante ter em mente que algumas inconsistências e imprevistos sempre vão surgir. Por isso a revisão periódica e um replanejamento constante do cronograma são essenciais, garantindo que os ajustes necessários sejam feitos rapidamente e os impactos dos imprevistos sejam minimizados, possibilitando melhores tomada de decisão.

 

Identificação de dependência entre as atividades

As atividades na obra dependem umas das outras, ou seja, não é possível fazer o reboco sem antes ter executado a alvenaria, por exemplo. Dessa forma, é preciso identificar qual é a relação de dependência entre as tarefas e criar uma hierarquia entre elas.

A hierarquia é uma sinalização de qual atividade vem antes ou depois que outra, qual depende obrigatoriamente da anterior, e assim por diante. Essas informações vão impactar diretamente no cronograma, que será construído com base nos prazos de entrega de cada atividade.

 

Desenvolvimento do cronograma de obras

As informações que foram listadas anteriormente serão utilizadas na construção do cronograma de obras. Nesta fase, deve-se definir quais são as atividades que serão realizadas e qual o tempo necessário para cada uma delas.

Junto ao cronograma, é possível listar quais materiais, projetos e equipamentos serão necessários em cada fase, possibilitando a criação também de um cronograma de médio prazo com as principais tarefas. Assim, o gestor de obras tem mais uma fonte de informação na hora de organizar suas tarefas diretamente no canteiro.

Atualmente o setor da construção civil já dispõe de algumas ferramentas de planejamento que possibilitam a digitalização de todo esse processo e a sua consequente facilitação. Contar com todas as informações centralizadas em uma ferramenta, onde toda a equipe pode ter acesso constante para saber como a obra está evoluindo e na qual os dados são atualizados de forma frequente pode ser uma forma inovadora de cuidar do seu cronograma.

Além disso, você consegue armazenar um histórico de todas as movimentações realizadas podendo extrair insights do que funcionou bem e o que não rodou de forma tão perfeita para melhorar ainda mais o seu planejamento em próximas oportunidades.

 

Nem tudo sairá como esperado

O que não está previsto no planejamento não pode ser justificativa para um possível atraso ou qualquer outro tipo de problema na obra. Diversos fatores podem ser listados na fase de planejamento como imprevistos que vão impactar o projeto. É sempre importante lembrar de que não há problema em algo correr fora do planejado, o problema é demorar para identificar que isso está ocorrendo e, consequentemente, para agir de acordo com isso.

Ter uma visão geral do que pode surgir como empecilho no meio do processo é uma tarefa difícil, mas não impossível. Por meio de uma análise de projetos anteriores ou avaliação de comportamento climático é possível fazer previsões, por exemplo.

Como no caso de regiões onde o período de chuvas é determinado. Essa informação pode ser usada na construção do planejamento de modo a prever em que etapas da obra que, possivelmente, o avanço físico pode ser comprometido por essa condição climática. Além disso, é melhor trabalhar com um período de folga entre uma entrega e outra e adiantar a obra do que o contrário. Quer saber como melhorar a previsibilidade no seu planejamento de obras? Confira o conteúdo “Melhore a previsibilidade no planejamento e gerenciamento de obras”.